Ponte Presidente Costa e Silva, popularmente conhecida como Ponte Rio–Niterói, é uma ponte que atravessa a Baía de Guanabara, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil. Ela conecta os municípios do Rio de Janeiro e Niterói. Seu nome é em homenagem a Artur da Costa e Silva, presidente durante a ditadura militar brasileira que deu a ordem para a construção da estrutura.

A estrutura liga a Ponta do Caju (Rio de Janeiro) à Avenida do Contorno (Niterói). Antes do funcionamento da ponte, era necessário percorrer cerca de 120 km em estradas ou optar pelo uso de balsas. A escolha do traçado considerou o menor impacto no tráfego marítimo, o custo total menor que outras opções e a ligação aos subúrbios cariocas.

O seu projeto foi idealizado por Mario Andreazza, então Ministro dos Transportes. A obra demorou pouco menos de seis anos para ser concluída e foi entregue no dia 4 de março de 1974, sendo considerada, na época, a segunda maior ponte do mundo, perdendo apenas para a Ponte do Lago Pontchartrain, nos Estados Unidos.

Atualmente, é a segunda ponte mais extensa da América Latina e a maior do hemisfério sul em concreto protendido. A estrutura recebe mais de 150 mil passageiros por dia, segundo informações da concessionária Ecoponte, em dias de fluxos normais. Também é conhecida como o maior vão em linha reta do mundo e o maior conjunto de estruturas protendidas da América.

Projeto

Projeto de uma ponte suspensa ligando Niterói ao Rio de Janeiro, de 1935, entre o Centro do Rio e o Centro de Niterói.

O conceito de seu projeto remonta a 1875, visando a ligação entre os dois centros urbanos vizinhos, separados pela baía de Guanabara ou por uma viagem terrestre de mais de 100 km, passando pelo município de Magé. À época havia sido concebida a construção de uma ponte e, posteriormente, de um túnel.

Entretanto, somente no século XX, em 1963, foi criado um grupo de trabalho para estudar um projeto para a construção de uma via rodoviária. Em 29 de dezembro de 1965, uma comissão executiva foi formada para cuidar do projeto definitivo de construção de uma ponte. O Presidente Costa e Silva assinou decreto em 23 de agosto de 1968, autorizando o projeto de construção da ponte, idealizado pelo ministro dos transportes, Mário Andreazza, sob a gestão de quem a ponte foi iniciada e concluída.

O projeto da ponte Rio Niterói foi preparado por um consórcio de duas empresas. A firma Noronha Engenharia, sediada no Rio de Janeiro, preparou o projeto dos acessos no Rio de Janeiro e em Niterói, assim como a ponte de concreto sobre o mar. A firma Howard, Needles, Tammen and Bergendorf, dos EUA, projetou o trecho dos vãos principais em estrutura de aço, incluindo as fundações e os pilares. Os engenheiros responsáveis pelo projeto da ponte de concreto foram Antônio Alves de Noronha Filho e Benjamin Ernani Diaz e o engenheiro responsável pela ponte de aço foi o americano James Graham.

A apresentação oficial do projeto da Ponte Rio–Niterói aconteceu no dia 14 de novembro de 1968 na Escola de Engenharia da Universidade Católica de Petrópolis (UCP). Na cerimônia estavam presentes: o Presidente Costa e Silva, o Ministro Mário Andreazza, o engenheiro Eliseu Rezende, diretor do DNER e o Grão-Chanceler e Reitor da UCP, Dom José Fernandes Veloso.

Construção e inauguração

Construção da Ponte Rio–Niterói, 1971

A obra teve início, simbolicamente, em 9 de novembro de 1968, com a presença da Rainha do Reino Unido, Elizabeth II, e de Sua Alteza Real, o Príncipe Filipe, Duque de Edimburgo, ao lado do ministro Mário Andreazza. As obras tiveram início realmente em janeiro de 1969.

O canteiro principal da Ponte Rio de Niterói do Consórcio Construtor Guanabara se localizava na Ilha do Fundão, pertencente à Universidade Federal do Rio de Janeiro. Havia, também, canteiros secundários em Niterói. As firmas executoras da superestrutura em aço foram Dormann & Long, Cleveland Bridge e Montreal Engenharia. O banco responsável por parte do financiamento da obra foi N M Rothschild & Sons.

A estrutura foi toda fabricada na Inglaterra em módulos, que chegaram ao Brasil por transporte marítimo. A fabricação final da ponte de aço, com os elementos pré-soldados da Inglaterra, foi feita na Ilha do Caju, na Baia de Guanabara. A montagem das vigas de aço também foi feita pelas mesmas firmas fabricantes da estrutura.

Selo comemorativo da inauguração da Ponte Rio-Niterói em 1974.

Em 1971, o contrato para construção da ponte foi rescindido devido a atraso nas obras, e a construção passou a ser feita por um novo consórcio, das construtoras Camargo Correa, Mendes Junior e Construtora Rabello, designado Consórcio Construtor Guanabara, sendo concluído três anos depois.

A ditadura militar brasileira registrou 33 mortes durante o processo de construção da ponte, embora algumas estimativas cheguem a cerca de 400 óbitos, sendo que alguns dos corpos teriam supostamente sido ‘sepultados’ no concreto dos pilares, visto que não havia tempo para resgates. A ligação rodoviária foi entregue em 4 de março de 1974.

Concessão à iniciativa privada

Em 1º de junho de 1995, foi feita uma concorrência para concessão da administração da ponte para a iniciativa privada, que foi vencida pelo consórcio Ponte S/A, empresa do Grupo CCR. Foi a primeira grande estrutura rodoviária concedida para o setor privado no país.

Em 18 de março de 2015, a operação da ponte foi leiloada mais uma vez. A empresa Ecoponte, cujo controle acionário pertence à EcoRodovias, ganhou a concessão de 30 anos, já a partir de maio daquele ano. Entre as obras previstas no contrato de concessão, estão o mergulhão da Praça Renascença, a ligação da ponte com a Linha Vermelha e a construção da Avenida Portuária.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ponte_Rio-Niteroi

Fechar Menu